No dia seguinte da alta (08.04.11), fomos até uma faculdade particular aqui de Maceió, onde tem um projeto de pé torto congênito, pois como João já estava com 9 dias de vida e a consulta com o ortopedista só seria na semana seguinte, já teria passado os 10 dias recomendados para o início do tratamento e minha irma conhecia o professor e coordenador do projeto, o que nos ajudou bastante.
Quando chegamos percebemos muitas crianças, meninos e meninas, fazendo o tratamento, algumas inclusive, com as duas pernas engessadas.....
Quando chegou a hora do João, já comecei a chorar, não estava acreditando no que estava acontecendo, meu filho tão pequeno engessando a perninha toda (o gesso fica do pé até a coxa, como na foto abaixo)...ele também chorava sem parar e eu não podia dar de mamar porque a perninha dele estava sendo manipulada pelo médico e a chupeta ele não pegava.
Eu sabia que ele precisava de mim, que eu precisava ser forte, mas naquele momento eu fraquejei, estava muito abalada, talvez se durante a gestação o médico tivesse dado o diagnóstico (o que é possível de se descobrir na gravidez, durante os exames de ultrassonografia) eu estivesse mais preparada para o que estava acontecendo, mas como nada mais poderia ser feito a não ser ajudar João Otávio, segui tentando ser forte e assim que o médico terminou o procedimento, peguei ele nos braços, parei de chorar, Thiago, que estava mais forte do que eu, também conversou comigo, me acalmei e fomos para casa.
Ao chegarmos em casa, começou uma nova etapa......dar o banho, para mim era a pior parte, pesquisamos na internet e conversamos com outros pais que nos deram algumas dicas, principalmente para o dia a dia.
Primeiro a gente enrolava a perna dele com um pano e depois com um saco plástico para não molhar o gesso, mesmo assim de vez em quando ainda entrava água e molhava um pouco o gesso.
As trocas de fralda muitas vezes chegava a ser engraçado porque ele fazia xixi e era uma correria para não molhar, o coco para limpar também exigia alguns cuidados para não sujar.
Quando era o dia da troca de gesso a gente dava banho nele molhando a perna para chegar no consultório com o gesso um pouco mole e dar menos trabalho para tirar. A gente entrava na sala com garrafa térmica, balde, bacia....tudo para deixar o João mais confortável na hora de tirar o gesso porque no consultório era debaixo da pia na água gelada e eu achava terrível. O pé ficava um pouco feio, ressecado e vermelho, dava uma dor no coração,....mas era nítido como mudava a cada semana, pois cada troca o médico vai posicionando o pé até atingir o ângulo desejado.
Foram 5 trocas de gesso até o dia da tenotomia (cirurgia no tendão). A cirurgia foi feita em centro cirúrgico, com anestesia local (depende de cada médico, porque alguns fazem com geral), não precisou levar pontos, durou cerca de 30 minutos, sem intercorrências e no mesmo dia voltamos para casa.
Na foto abaixo percebam como o pé dele já está bem diferente da foto da postagem anterior.
Foram mais três semanas com o mesmo gesso, nesse período precisamos ir até Recife para um cirurgião de mão ver o João Otávio, a gente queria ter mais opniões, mas isso eu vou falar depois numa postagem falando só da mão dele.
Na semana de tirar o gesso e passar para parte da órtese (aparelho Dennis Brown) João Otávio teve bronquiolite (dificuldade respiratória) e precisou passar 4 dias na U.T.I e mais 2 dias no quarto, o médico ortopedista dele foi até o hospital para tirar o gesso......então começou a fase mais complicada do tratamento: o uso da órtese!!!
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