segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A fase do gesso

No dia seguinte da alta (08.04.11), fomos até uma faculdade particular aqui de Maceió, onde tem um projeto de pé torto congênito, pois como João já estava com 9 dias de vida e a consulta com o ortopedista só seria na semana seguinte, já teria passado os 10 dias recomendados para o início do tratamento e minha irma conhecia o professor e coordenador do projeto, o que nos ajudou bastante.
Quando chegamos percebemos muitas crianças, meninos e meninas, fazendo o tratamento, algumas inclusive, com as duas pernas engessadas.....
Quando chegou a hora do João, já comecei a chorar, não estava acreditando no que estava acontecendo, meu filho tão pequeno engessando a perninha toda (o gesso fica do pé até a coxa, como na foto abaixo)...ele também chorava sem parar e eu não podia dar de mamar porque a perninha dele estava sendo manipulada pelo médico e a chupeta ele não pegava.
Eu sabia que ele precisava de mim, que eu precisava ser forte, mas naquele momento eu fraquejei, estava muito abalada, talvez se durante a gestação o médico tivesse dado o diagnóstico (o que é possível de se descobrir na gravidez, durante os exames de ultrassonografia) eu estivesse mais preparada para o que estava acontecendo, mas como nada mais poderia ser feito a não ser ajudar João Otávio, segui tentando ser forte e assim que o médico terminou o procedimento, peguei ele nos braços, parei de chorar, Thiago, que estava mais forte do que eu, também conversou comigo, me acalmei e fomos para casa.

Ao chegarmos em casa, começou uma nova etapa......dar o banho, para mim era a pior parte, pesquisamos na internet e conversamos com outros pais que nos deram algumas dicas, principalmente para o dia a dia.
Primeiro a gente enrolava a perna dele com um pano e depois com um saco plástico para não molhar o gesso, mesmo assim de vez em quando ainda entrava água e molhava um pouco o gesso.
As trocas de fralda muitas vezes chegava a ser engraçado porque ele fazia xixi e era uma correria para não molhar, o coco para limpar também exigia alguns cuidados para não sujar.
Quando era o dia da troca de gesso a gente dava banho nele molhando a perna para chegar no consultório com o gesso um pouco mole e dar menos trabalho para tirar. A gente entrava na sala com garrafa térmica, balde, bacia....tudo para deixar o João mais confortável na hora de tirar o gesso porque no consultório era debaixo da pia na água gelada e eu achava terrível. O pé ficava um pouco feio, ressecado e vermelho, dava uma dor no coração,....mas era nítido como mudava a cada semana, pois cada troca o médico vai posicionando o pé até atingir o ângulo desejado.
Foram 5 trocas de gesso até o dia da tenotomia (cirurgia no tendão). A cirurgia foi feita em centro cirúrgico, com anestesia local (depende de cada médico, porque alguns fazem com geral), não precisou levar pontos, durou cerca de 30 minutos, sem intercorrências e no mesmo dia voltamos para casa.
Na foto abaixo percebam como o pé dele já está bem diferente da foto da postagem anterior.
Foram mais três semanas com o mesmo gesso, nesse período precisamos ir até Recife para um cirurgião de mão ver o João Otávio, a gente queria ter mais opniões, mas isso eu vou falar depois numa postagem falando só da mão dele.
Na semana de tirar o gesso e passar para parte da órtese (aparelho Dennis Brown) João Otávio teve bronquiolite (dificuldade respiratória) e precisou passar 4 dias na U.T.I e mais 2 dias no quarto, o médico ortopedista dele foi até o hospital para tirar o gesso......então começou a fase mais complicada do tratamento: o uso da órtese!!!

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